A Escola de Música da UFRN recebe entre os dias 21 e 26 o Festival Mario Tavares em
homenagem ao maestro potiguar Tavares, considerado uma das principais figuras
da música brasileira no século XX. O festival que acontece também em outros
estados, traz ao público potiguar uma programação com palestras e recitais dos
professores Martin Osten, Max Uriarte, Claudio Galvão e Fábio Presgrave, como
também uma apresentação do grupo UFRN Cellos no concerto de abertura do
evento. A entrada é gratuita.
O evento conta com o apoio do Plano Nacional de Cultura, Núcleo
de Arte e Cultura da UFRN (NAC), Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UFRN
(PROEX), Conservatório Pernambuco de Música, Pontifícia Universidade Católica
do Chile e Universidade Federal da Paraíba.
Programação – Escola de
Música da UFRN
21/05 – Concerto de abertura com o grupo UFRN Cellos - Auditório
Onofre Lopes, 18h;
22/05 – Palestra sobre David Geringas, Ministrante: Prof. Martin
Osten – Auditório Oriano de Almeida, 16h;
24/05 – Recital/Palestra sobre Neukomm e os primórdios do
violoncelo no Brasil, Ministrantes: Max Uriarte e Fábio Presgrave – Auditório
Onofre Lopes, 20h30;
26/05 – Palestra sobre Mario Tavares, Ministrante: Prof. Claudio
Galvão – Auditório Oriano de Almeida, 17h30.
Sobre o homenageado
Mário Tavares nasceu em 18 de abril de 1928, em Natal. Tavares
tinha oito anos quando encontrou em cima da cama ao voltar do colégio, um
violoncelo “de autor”, de tamanho “três-quartos”, presente da avó Amélia
Tavares.
Aos 12 anos já integrava a orquestra de Salão da Rádio Educadora
de Natal, a ZyB – 5, dirigida por Carlos Lamas e Carlos Faracchi. No Recife
Mário Tavares então aos 16 anos seguindo os rastros do mestre Babine,
integrou-se a Orquestra Sinfônica, fundada três anos antes por Vicente
Fitipaldi. Na capital pernambucana foi influenciado pelo frevo, cujo expoente
nas composições era o Nelson Ferreira, de quem se tornou amigo.
Com o objetivo de concorrer a uma vaga de violoncelista na
Orquestra Sinfônica Brasileira, Mário Tavares viajou para o Rio de Janeiro,
naquele Estado foi examinado pelo regente Eugen Szenkar, Nydia Soledade e Iberê
Gomes, sendo contratado em abril para integrar a então recém fundada OSB, da
qual esteve ligado até 1960.
Consagrado pelos seus virtuosos dons musicais, reconhecido
internacionalmente, Mário Tavares destaca-se como interprete da obra de Villa
Lobos. Aceitando o convite da esposa do compositor – D. Arminda, empreendeu a
revisão da obra sinfônica e regeu a maioria das obras inéditas até a morte do
maestro em 1959.
O maestro Mário Tavares dirigiu a Orquestra Sinfônica do Teatro
do Rio de Janeiro durante 38 anos. Regeu também alguns dos mais famosos solistas
nacionais e internacionais como Aldo Parisot, Nelson Freire, V. Ghiorgiu,
Giorgy Sandor, Mtslav Rostropovich, Paula Seibel e Nina Beylina, Foi o
principal maestro no Festival Internacional da Canção Popular da TV Globo, de
1967 a 1975 e do Festival de Música Contemporânea, de 1969 a 1970.
Em junho de 2002 o maestro foi homenageado com o lançamento do
CD “Mário Tavares” que reúne quatro composições de sua autoria: “Potiguara”, “O
Concertino”, “Sonata nº1” e “Rio, a Epopéia do Morro”. Obras estas escritas
entre 1959 e 1965.
O maestro Mário Tavares afirmava que para ele não existiam
fronteiras entre os sons clássicos e os populares. “Música boa é música bem
feita”. A frase era o resumo de uma carreira que nunca se prendeu a rótulos.
Mário Tavares era casado com Gláucia Maranhão Tavares e pai de
três filhos e avô de 6 netos. Visitou Natal pela última vez em 2001. Morreu
numa quarta-feira, dia 05 de fevereiro de 2003, aos 74 anos. O sepultamento
ocorreu no Memorial do Carmo no Rio de Janeiro. (Anderson Tavares, Consultor de
História do Rio Grande do Norte e do Brasil).
Publicado originalmente no site da EMUFRN, disponível aqui.