quarta-feira, 17 de maio de 2017

Escola de Música da UFRN recebe Festival Mario Tavares


A Escola de Música da UFRN recebe entre os dias 21 e 26 o Festival Mario Tavares em homenagem ao maestro potiguar Tavares, considerado uma das principais figuras da música brasileira no século XX. O festival que acontece também em outros estados, traz ao público potiguar uma programação com palestras e recitais dos professores Martin Osten, Max Uriarte, Claudio Galvão e Fábio Presgrave, como também uma apresentação do grupo UFRN Cellos no concerto de abertura do evento.  A entrada é gratuita.  
O evento conta com o apoio do Plano Nacional de Cultura, Núcleo de Arte e Cultura da UFRN (NAC), Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UFRN (PROEX), Conservatório Pernambuco de Música, Pontifícia Universidade Católica do Chile e Universidade Federal da Paraíba.

Programação – Escola de Música da UFRN
21/05 – Concerto de abertura com o grupo UFRN Cellos - Auditório Onofre Lopes, 18h;
22/05 – Palestra sobre David Geringas, Ministrante: Prof. Martin Osten – Auditório Oriano de Almeida, 16h;
24/05 – Recital/Palestra sobre Neukomm e os primórdios do violoncelo no Brasil, Ministrantes: Max Uriarte e Fábio Presgrave – Auditório Onofre Lopes, 20h30;
26/05 – Palestra sobre Mario Tavares, Ministrante: Prof. Claudio Galvão – Auditório Oriano de Almeida, 17h30.
Sobre o homenageado
Mário Tavares nasceu em 18 de abril de 1928, em Natal. Tavares tinha oito anos quando encontrou em cima da cama ao voltar do colégio, um violoncelo “de autor”, de tamanho “três-quartos”, presente da avó Amélia Tavares.
Aos 12 anos já integrava a orquestra de Salão da Rádio Educadora de Natal, a ZyB – 5, dirigida por Carlos Lamas e Carlos Faracchi. No Recife Mário Tavares então aos 16 anos seguindo os rastros do mestre Babine, integrou-se a Orquestra Sinfônica, fundada três anos antes por Vicente Fitipaldi. Na capital pernambucana foi influenciado pelo frevo, cujo expoente nas composições era o Nelson Ferreira, de quem se tornou amigo.
Com o objetivo de concorrer a uma vaga de violoncelista na Orquestra Sinfônica Brasileira, Mário Tavares viajou para o Rio de Janeiro, naquele Estado foi examinado pelo regente Eugen Szenkar, Nydia Soledade e Iberê Gomes, sendo contratado em abril para integrar a então recém fundada OSB, da qual esteve ligado até 1960.
Consagrado pelos seus virtuosos dons musicais, reconhecido internacionalmente, Mário Tavares destaca-se como interprete da obra de Villa Lobos. Aceitando o convite da esposa do compositor – D. Arminda, empreendeu a revisão da obra sinfônica e regeu a maioria das obras inéditas até a morte do maestro em 1959.
O maestro Mário Tavares dirigiu a Orquestra Sinfônica do Teatro do Rio de Janeiro durante 38 anos. Regeu também alguns dos mais famosos solistas nacionais e internacionais como Aldo Parisot, Nelson Freire, V. Ghiorgiu, Giorgy Sandor, Mtslav Rostropovich, Paula Seibel e Nina Beylina, Foi o principal maestro no Festival Internacional da Canção Popular da TV Globo, de 1967 a 1975 e do Festival de Música Contemporânea, de 1969 a 1970.
Em junho de 2002 o maestro foi homenageado com o lançamento do CD “Mário Tavares” que reúne quatro composições de sua autoria: “Potiguara”, “O Concertino”, “Sonata nº1” e “Rio, a Epopéia do Morro”. Obras estas escritas entre 1959 e 1965.
O maestro Mário Tavares afirmava que para ele não existiam fronteiras entre os sons clássicos e os populares. “Música boa é música bem feita”. A frase era o resumo de uma carreira que nunca se prendeu a rótulos.

Mário Tavares era casado com Gláucia Maranhão Tavares e pai de três filhos e avô de 6 netos. Visitou Natal pela última vez em 2001. Morreu numa quarta-feira, dia 05 de fevereiro de 2003, aos 74 anos. O sepultamento ocorreu no Memorial do Carmo no Rio de Janeiro. (Anderson Tavares, Consultor de História do Rio Grande do Norte e do Brasil).

Publicado originalmente no site da EMUFRN, disponível aqui.